
"Estamos a assistir com desespero ao uso iníquo da fome como arma de guerra. Matar pessoas à fome é uma forma muito barata de fazer guerra", afirmou o pontífice de naturalidade norte-americana.
Na mensagem, o Papa não se referiu especificamente à situação em Gaza ou à guerra entre Israel e o Hamas.
Leão XIV acrescentou que a Igreja Católica apoia "todas as iniciativas para pôr fim à indignação da fome no mundo" e observou o impacto do conflito na segurança alimentar.
"Hoje, quando a maioria dos conflitos não é travada por exércitos regulares, mas por grupos de civis armados com poucos recursos, queimando terras e roubando gado, bloquear a ajuda humanitária é uma tática cada vez mais utilizada por aqueles que procuram controlar populações inteiras desarmadas", afirmou.
"Assim, neste tipo de conflito, os primeiros alvos militares tornam-se as redes de abastecimento de água e as vias de comunicação. Os agricultores são incapazes de vender os seus produtos em ambientes ameaçados pela violência, e a inflação dispara", sublinhou Leão XIV.
Para o Papa, esta situação leva a que um grande número de pessoas sucumba ao flagelo da fome e morra, "com a circunstância agravante de que, enquanto os civis definham na miséria, os líderes políticos enriquecem com os lucros do conflito".
"As crises políticas, os conflitos armados e a turbulência económica desempenham um papel central no agravamento da crise alimentar, dificultando a ajuda humanitária e comprometendo a produção agrícola local, negando assim não só o acesso aos alimentos, mas também o direito a uma vida digna e com oportunidades", frisou.
Segundo o Sumo Pontífice, será um "erro fatal não curar as feridas e as fraturas causadas por anos de egoísmo e superficialidade".
Da mesma forma, prosseguiu, sem paz e estabilidade, "não será possível garantir sistemas agrícolas e alimentares resilientes, nem assegurar um abastecimento alimentar saudável, acessível e sustentável para todos".
JSD // APN
Lusa/Fim
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