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Após um debate de pouco mais de duas horas, os delegados do SPD aprovaram a iniciativa, defendida pelo copresidente e ministro das Finanças do partido, Lars Klingbeil, que considerou a luta contra a extrema-direita como uma “tarefa histórica”.
“Estas pessoas [membros da AfD] devem ser afastadas do parlamento, não devem estar lá. Devemos lutar contra a extrema-direita, essa é a nossa tarefa”, disse Klingbeil aos congressistas antes da votação.
Lars Klingbeil defendeu que tomar medidas legais, como uma possível proibição do AfD, faz parte da luta contra a extrema-direita.
“Digo-vos que, no momento em que o Gabinete para a Proteção da Constituição confirmar que este [AfD] é um partido de extrema-direita, não poderá haver mais táticas, não poderá haver mais discussão”, declarou o copresidente reeleito do SPD na sexta-feira, juntamente com a ministra alemã do Trabalho e Assuntos Sociais, Bärbel Bas.
Atualmente, a AfD, o principal partido da oposição e o segundo maior partido saído das eleições de fevereiro, luta na justiça para contestar a designação do Gabinete para a Proteção da Constituição, que declarou o partido um “caso definitivo de extremismo de direita” a nível nacional.
Em vários estados alemães, as filiais regionais da AfD já estão listadas como “casos definitivos de extremismo de direita”.
Além de Klingbeil, discursaram hoje várias figuras políticas locais e regionais do SPD, todas a apontarem, antes da aprovação da moção, a “ameaça” à democracia liberal que a AfD representa.
“A AfD é um partido etnonacionalista”, acusou o proponente da moção, Georg Maier, o primeiro a apresentar a iniciativa e presidente do SPD no estado da Turíngia, região do leste da Alemanha onde o partido de extrema-direita venceu as últimas eleições parlamentares regionais em setembro de 2024, com 32,8%.
Maier afirmou que a AfD, que não conseguiu governar na Turíngia por falta de apoio, viola vários artigos da Lei Fundamental alemã, como o artigo 1.º, que afirma que “a dignidade humana é inviolável”, dadas, entre outras coisas, as posições defendidas por figuras da extrema-direita sobre a imigração.
Maier exortou o SPD a trabalhar para a proibição da AfD com um processo “bem preparado”, que permita às autoridades competentes obterem sucesso contra a AfD.
“Não queremos precipitar-nos num processo de proibição. Isso seria um grande erro. Precisa de ser bem preparado, pelo que um grupo de trabalho federal e estadual deve compilar e avaliar o material, com o apoio de especialistas”, disse Maier.
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