“Burro não é o que não sabe, é o que não quer saber”. Tenho pouca certeza se estou a citar correctamente o provérbio, mas fi-lo com um não-saber honesto - típico daqueles que, segundo o mesmo provérbio, não são os verdadeiros burros. Este ditado popular leva-me à dicotomia da estupidez que Robert Mu
Acredito que necessitamos, cada vez mais, de ter uma visão crítica e uma resposta criativa para as questões humanitárias. Paralelamente, sempre defendi que, por mais difícil que seja a concretização de um objetivo ou de um sonho, devemos procurar soluções para ultrapassar os obstáculos que nos surge
Há histórias que, de tão incongruentes com os tempos que vivemos, mais parecem episódios descoloridos do "Yes, Minister" – porém, sem ministros nem governos, mas com legislação, burocracia e empresas.
As generalizações são tramadas, mas — tendo consciência ou nem por isso — mantemos essa necessidade de assumir o rótulo, de catalogar, de definir em bando para concluirmos coisas, em teoria, pertinentes e que devem algo à inteligência.
Há o desporto e há o futebol. São duas realidades distintas. O futebol nasceu como desporto - ainda há quem o jogue com esse espírito -, mas tornou-se sobretudo uma indústria globalizada, organizada num sistema que tem no topo uma meia dúzia de equipas que passaram a ser gigantes no entretenimento.
Nunca se viu. Um alto funcionário durar apenas dez dias no cargo. Um protagonista político usar linguagem de baixo calão. Nem numa novela ou numa série de política das mais convulsas se conseguiria reproduzir o que acontece na Casa Branca.
Diz-me em quantas línguas vem o menu do teu restaurante, dir-te-ei quão charlatão és. Uma publicação de MC Somsen no Facebook tornou-se viral por denunciar os preços praticados por um restaurante, sito na baixa lisboeta, que hoje se chama Made In Correeiros.
A política cada vez mais parece um concurso de popularidade em que o talento fica para segundo plano, e um reality show onde se fazem aproveitamento das tragédias para garantir o voto do público.
Chegou aquela altura por que tantos portugueses rezam todo o resto do ano. A fé une os crentes que comungam a excitação de migrar para sul, ao encontro da luz, ao encontro da areia, da pele à mostra e a esperança de safar.
O fotógrafo britânico David Slater treinou um simpático macaco para fazer um retrato de si próprio. O que poderia ser mais uma bela imagem do mundo animal transformou-se num problema que reflete as incongruências do mundo em que vivemos.
Certo amigo que escrevia crónicas quinzenais revelou-me a sua angústia. Havia um nervoso (em nada miudinho) que o atacava na semana anterior à entrega dos artigos de opinião. Encontrar um tema que o determinasse a escrever era motivo de insónias e fastios. Agora que levo quase meia centena de textos
Como se regressasse de outro mundo, começo a observar, analisar, ler com maior atenção tudo aquilo que, no último mês, me passou ao lado. Costuma dizer-se que quando nos afastamos do nosso pequeno mundo, conseguimos ganhar vistas mais largas e relativizar melhor o que nos rodeia. Será verdade, quand
O Rei Ubu é uma personagem monstruosa, corrupta, cobarde e cruel, para quem toda a manipulação dos factos é legítima. Assassina o rei para usurpar o trono. Na estreia, em dezembro de 1896, no Théatre du Louvre, em Paris, desta peça que antecipou o Teatro do Absurdo, o autor, Alfred Jarry, subiu ao p
Na semana passada o venerável cirurgião Francisco Gentil Martins deu uma longa "entrevista de vida" à revista do Expresso. Algumas das suas declarações provocaram uma onda de perplexidade e indignação, na Comunicação Social e na Internet (redes, blogs, etc.) e o pediatra de 87 anos está a ser inquir
Chris Froome venceu, este domingo, a Volta a França, pela quarta vez na carreira, e está a uma vitória de igualar os feitos de Jacques Anquetil, Eddy Merckx, Bernard Hinault e Miguel Induraín, que venceram cinco edições do Tour. Espetáculo, mas tenho a opinião que a Volta a França devia ser disputad
Não é que não haja muita coisa importante para discutir — na verdade, podia começar para aqui a falar da liberdade de expressão, do populismo à portuguesa, dos fogos que deixaram o coração real e político do nosso país a arder...
Com os cantores, quase que podemos dizer que morrer de overdose ou suicídio é morrer de causas naturais à profissão. Uma notícia inesperada seria a seguinte "Cantor famoso morre aos 93 anos de causas naturais".
Para bem dos lisboetas e portuenses, essencialmente, as rendas continuam a aumentar a um ritmo de 50 euros por cada vez que o Despacito é tocado nalguma parte do planeta. Ah, para bem dos lisboetas e portuenses que têm casa para arrendar, claro, esqueci-me de referir isso lá atrás.
Já vi tantas vezes o filme “A Desaparecida” do John Ford, e sei-o tão ao pormenor, que tenho de conter-me para não estar constantemente a citá-lo, ou usá-lo em analogias, ou torná-lo introdução para os assuntos em que reflicto. Como podem perceber, a contenção hoje de nada me valeu. O que traz um we