"A posição de endividamento ficou reduzida" melhorando o rácio de dívida sobre capital próprio, levando a LAM a deixar de ser considerada insolvente", afirmou Sérgio Matos, membro da comissão de gestão da empresa.

Estes ganhos operacionais resultam do impacto positivo da intervenção da empresa sul-africana Fly Modern Ark, que entrou em ação em abril, para a restruturação da transportadora de bandeira moçambicana, avançou Matos.

O responsável apontou a recuperação de verbas decorrente de serviços de transporte aéreo não pagos e o fim da venda de bilhetes a crédito como ações que estão a permitir a recuperação.

O esforço fez com que a dívida da LAM caísse, mas não o suficiente para deixar de ser elevada, situando-se acima de 300 milhões de dólares (mais de 279 milhões de euros), prosseguiu Matos.

Para estes avanços "não houve injeção de [capital] por parte do Governo", principal acionista da empresa -- as outras quotas são detidas por gestores e trabalhadores - sublinhou o gestor, recusando-se a entrar em pormenores devido à confidencialidade de algumas cláusulas no contrato entre o executivo e a Fly Modern Arc.

Algumas dívidas à LAM, prosseguiu, são incobráveis, porque pertencem a devedores extintos.

Sérgio Matos revelou que, desde abril, o preço dos bilhetes da companhia foi reduzido em 30%, visando atrair mais passageiros e aumentar as receitas da empresa.

"No nosso entender, é uma redução para sempre e podemos reduzir ainda mais", enfatizou.

O plano de recuperação prevê que a Fly Modern Ark injete "algum dinheiro" na transportadora e coloque mais aeronaves ao serviço, devendo chegar a Maputo dois aparelhos dentro de duas semanas, avançou, para que possam ser estudadas novas rotas.

O objetivo, prosseguiu, é que a empresa tenha no mínimo entre 14 e 15 aviões contra os atuais sete, dos quais funcionam regularmente cinco, porque dois estão normalmente em manutenção prolongada.

Com mais aviões, a companhia estatal poderá tornar mais eficiente a massa laboral, atualmente composta por 753 trabalhadores ao serviço de apenas sete aviões.

PMA // LFS

Lusa/Fim