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Durante a sessão de apresentação da candidatura, que juntou, entre outros, o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, e o co-porta-voz do Livre, Rui Tavares, numa escola básica na freguesia de Algueirão-Mem Martins, foi anunciado que o antigo ministro e autarca socialista João Soares será o candidato à Assembleia Municipal de Sintra.
Num concelho em que o Chega foi a força mais votada nas legislativas antecipadas de 18 de maio e tem a deputada Rita Matias como candidata à Câmara Municipal, Ana Mendes Godinho afirmou que a sua candidatura é "contra a política do medo, do ódio e da divisão".
"Nós sabemos que há quem queira transformar a frustração das pessoas em raiva, a diversidade de Sintra numa ameaça, mas nós escolhemos outro caminho. Em Sintra, connosco, comigo, nunca serão lidos nomes de crianças em voz alta para acentuar as nossas diferenças", prosseguiu a antiga ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Ana Mendes Godinho acrescentou que a sua candidatura "não se levanta contra ninguém, levanta-se por todos" e que "Sintra não precisa de regressos nem retrocessos, Sintra precisa só de respostas de proximidade, de energia, de trabalho, de coragem para fazer diferente".
"É com a força da democracia que vamos derrotar a demagogia, o populismo e todos quantos querem colocar em causa a saúde do nosso projeto", declarou, no mesmo sentido, o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro.
Rui Tavares, do Livre, apontou "a liberdade" como um valor que une os dois partidos nesta candidatura autárquica: "É em nome da liberdade que nós nos candidatamos também. Da liberdade de todos e todas os sintrenses".
O atual presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, que não se pode recandidatar por limite de mandatos, discursou em último lugar e foi o único que se referiu expressamente ao partido Chega, considerando que o PS não vai "interromper o ciclo de vitórias" em Sintra, mas que "desta vez não é fácil".
"Nós temos aqui um problema que é subida da extrema-direita, e isso é grave para nós, porque uma coisa é voltar ao passado, e a lista do PSD é claramente um regresso ao passado, mas a lista do Chega é voltar ao passado com problemas sérios na liberdade individual e coletiva", disse Basílio Horta.
Segundo o autarca, isso "deve mobilizar seriamente" a candidatura conjunta do PS e do Livre, "para além dos problemas autárquicos", porque "há um risco evidente de o tal Tik Tok de que falava a Ana Mendes Godinho aparecer e as pessoas ingenuamente acreditarem".
"Eu acho que quem preza a democracia, quem preza a liberdade não pode votar no Chega, não pode votar no Chega, e é bom dizer isso com total clareza, porque há guerras" que têm de ser “travadas em tempo útil e este é o tempo de a travar", defendeu Basílio Horta.
Sobre a coligação com Livre, José Luís Carneiro disse que representa a natureza do PS, "um projeto de abertura, um projeto de diálogo".
Pelo Livre, Rui Tavares comentou que em certas ocasiões "o verde e o rosa podem estar muito bem em conjunto" e sustentou que não é preciso concordar "em tudo a 100%", mas sim "concordar no essencial".
"E estou certo que Sintra será um excelente exemplo daquilo que em várias cidades do país, vários municípios também da área metropolitana de Lisboa nós vamos fazer. E, portanto, um grande abraço, José Luís, fazemos essa caminhada em conjunto", acrescentou.
Por sua vez, Basílio Horta expressou "um grande respeito" por Rui Tavares, a quem disse: "Só tenho pena que o senhor não se filie no PS".
Já anunciaram também candidaturas à presidência da Câmara de Sintra, no distrito de Lisboa, Marco Almeida, apoiado por PSD e IL, Maurício Rodrigues, pelo CDS-PP, Rita Matias, do Chega, e Pedro Ventura, pela CDU (PCP/PEV).
O Governo PSD/CDS-PP anunciou na quinta-feira que as eleições autárquicas se vão realizar em 12 de outubro.
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