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Em declarações à Lusa, o coordenador da Equipa Local de Resposta Sazonal em Saúde da ULS Médio Tejo justificou esta iniciativa com o facto de os fenómenos climáticos extremos estarem a tornar-se “cada vez mais frequentes e intensos”.
Os seus “efeitos adversos na saúde pública exigem uma resposta concertada e eficaz”, especialmente junto das populações mais vulneráveis, defendeu Paulo Santos Luís.
O responsável falava à Lusa à margem da apresentação do “Plano de Coordenação, Antecipação e Resposta no Apoio à População sujeita a Fenómenos Climáticos Extremos” (PCARAP-FCE), que decorreu em Tomar, no distrito de Santarém.
“A articulação com a proteção civil, autarquias e forças de segurança e segurança social permite transformar conhecimento técnico em ação concreta no território e na proteção da população, e que hoje reforçamos, com a assinatura deste protocolo”, disse Paulo Santos Luís.
O médico da Unidade de Saúde Pública da ULS Médio Tejo destacou um programa em rede que “envolve, de forma sistematizada e integrada”, os agentes de proteção civil, forças de segurança, autarquias, Segurança Social e sociedade civil e que visa “melhorar os mecanismos de antecipação e resposta e garantir uma intervenção mais eficaz face a eventos extremos".
O plano de resposta, que hoje entra em vigor, “incide sobre três eixos principais de atuação”, dois preventivos e um proativo, declarou.
“Os dois primeiros têm caráter preventivo, através da requalificação energética das habitações das populações em maior risco, mitigando os efeitos do calor e do frio extremos, e da sensibilização e capacitação da população vulnerável e suas redes de apoio para melhor lidar com os riscos climáticos da região”, indicou.
O terceiro, continuou, “já envolve uma resposta proativa em saúde e ação social, com mecanismos de deslocação e apoio à população” do Médio Tejo.
“A ideia, quando emitimos um alerta, é que a população tenha tempo para se proteger. Daí o primeiro eixo estratégico ser a referenciação para requalificação energética, ou seja, melhoramentos nas casas das pessoas que permitam que as casas as protejam mais das temperaturas extremas, seja de calor ou de frio”, indicou.
No âmbito deste vetor, os apoios à requalificação energética dos cidadãos em situação mais vulnerável serão feitos “município a município, de acordo com os seus projetos de requalificação energética, tentando enquadrar esses casos”, sendo que, no caso de IPSS, como lares, centros de dia e outros, com a referenciação a ser efetuada para a Segurança Social, que tem linhas de apoio específicas.
Paulo Luís destacou “um esforço coordenado para antecipar riscos, reforçar a resiliência comunitária e proteger a população mais vulnerável aos riscos climáticos”, como idosos, crianças, portadores de doença crónica, doentes acamados ou dependentes, entre outros, como os trabalhadores de setores de atividades desenvolvidas ao ar livre.
Cada entidade signatária deste plano tem responsabilidades bem definidas, assegurando uma resposta organizada e eficaz perante diferentes níveis de alerta.
Desde a ativação do plano e a coordenação operacional (a cargo do Comando Sub-Regional de Proteção Civil do Médio Tejo), passando pela identificação e encaminhamento de pessoas vulneráveis pela ULS, ou Segurança Social e outros parceiros, até à disponibilização de abrigos e meios logísticos por parte dos municípios, todas as entidades passam agora a atuar de forma articulada.
O plano estabelece respostas específicas para diferentes patamares de risco climático (incluindo alertas verde, laranja e vermelho), com medidas ajustadas ao grau de vulnerabilidade das populações, assegurando abrigo, apoio social e de saúde adequados, a par do transporte, quando necessário.
A população residente na área geográfica de abrangência da ULS Médio Tejo é de cerca 170 mil pessoas.
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