O político Venâncio Mondlane, que liderou a contestação aos resultados das eleições gerais moçambicanas de 09 de outubro, foi constituído arguido, também, na província de Niassa, na sequência das manifestações pós-eleitorais, anunciou hoje o próprio.
Um grupo desconhecido disparou, na madrugado de domingo, contra a casa do assessor do político moçambicano Venâncio Mondlane, avançou hoje à Lusa fonte policial, acrescentando que estão em curso operações para o esclarecimento do caso.
O ex-candidato presidencial moçambicano Venâncio Mondlane apelou hoje à paralisação das atividades às sextas-feiras, durante 100 dias, para entoar o hino nacional, numa manifestação por "justiça", pedindo o cumprimento das 25 medidas que apresentou a semana passada.
A violência deflagrou depois das eleições gerais de Moçambique, onde se incluem as presidenciais, denunciadas por fraude. Passados quatro meses, o país tornou-se um “tsunami social”, onde o problema vai além de uma eleição fraudulenta. Sobre o futuro? A questão continua em aberto.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane encontra-se em Maputo “em segurança”, disse hoje à Lusa fonte próxima do político, depois de esta manhã a polícia ter dispersado, com tiros e gás lacrimogéneo, uma multidão que o ouvia, com pessoas atingidas.
O líder da oposição moçambicana pediu aos seus apoiantes três dias de luto, a partir de quarta-feira, pelas 50 pessoas que, segundo ele, foram mortas pelas forças de segurança durante as manifestações que se seguiram às contestadas eleições gerais de outubro.
No cemitério de Michafutene, arredores de Maputo, gritou-se toda a tarde a uma só voz “justiça” e “advogado do povo”, na despedida emocionada de Elvino Dias, 45 anos, assessor jurídico do candidato presidencial Venâncio Mondlane.
Maputo vive horas de caos com a polícia a lançar gás lacrimogéneo e tiros para o ar para desmobilizar, em vários bairros, manifestações contra o duplo homicídio de apoiantes de Venâncio Mondlane.