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De acordo com o jornal britânico The Telegraph, a obra intitulada "Nobody’s Girl: A Memoir of Surviving Abuse and Fighting for Justice" revela: “Aceitei uma cláusula de silêncio de um ano, que parecia importante para o príncipe porque garantia que o jubileu de platina da mãe não seria mais manchado do que já estava”.
A publicação do livro surge dias depois de André ter renunciado ao título de Duque de York e às honras restantes, uma decisão tomada após discussões com o rei, e em consulta com o príncipe de Gales, que pretendiam “pôr fim a um escândalo prolongado”, avança a Sky News.
O caso remonta à ligação do príncipe ao pedófilo condenado Jeffrey Epstein. Virginia Giuffre alegou ter sido forçada a ter relações sexuais com o príncipe quando tinha 17 anos, depois de ser traficada por Epstein — uma acusação que André continua a negar veementemente até aos dias de hoje.
Em 2022, o duque pagou uma indemnização para resolver o processo civil movido por Virginia Giuffre, “apesar de insistir que nunca a tinha conhecido”. Segundo o The Telegraph, Giuffre afirma que “consegui mais de André do que o alegado pagamento de 12 milhões de libras e a doação de 2 milhões de dólares (cerca de 1,4 milhões de euros) à minha instituição de caridade, porque obtive um reconhecimento de que eu e muitas outras mulheres tínhamos sido vitimizadas — e uma promessa tácita de nunca mais o negar”.
A alegada vítima descreve ainda a entrevista de André à BBC em 2019, com Emily Maitlis, como um ponto de viragem: “Por mais devastadora que esta entrevista tenha sido para o príncipe André, para a minha equipa jurídica foi como uma injeção de combustível de aviação. O seu conteúdo não só nos ajudaria a construir um caso inabalável contra o príncipe, como também abriria a porta à possibilidade de intimar a sua ex-mulher, Sarah Ferguson, e as suas filhas, as princesas Beatrice e Eugenie”.
O príncipe, que esperava limpar o seu nome com a entrevista, acabou por provocar o efeito inverso ao afirmar que “não se arrependia” da amizade com Epstein e ao alegar que não podia ter estado com Virginia Giuffre em março de 2001 porque “nesse dia estava no Pizza Express com a minha filha Beatrice”.
Virginia Giuffre, que morreu em abril deste ano, escreve ainda que ficou “espantada que um membro da família real fosse suficientemente estúpido para aparecer em público com um pedófilo condenado”, depois de uma fotografia dos dois a passear em Nova Iorque ter sido divulgada.
A rainha Isabel II celebrou o jubileu de platina em junho de 2022, tornando-se a primeira monarca britânica a atingir o marco. O caso foi encerrado nove dias depois da monarca assinalar o 70.º aniversário da sua subida ao trono.
Esta sexta-feira, o príncipe André declarou que “as acusações contínuas a meu respeito desviam a atenção do trabalho de Sua Majestade e da família real” e garantiu que colocava “a família e o país em primeiro lugar”, e deixaria de usar “o meu título e as honras que me foram conferidas”.
Gloria Allred, advogada que representou 27 vítimas de Epstein, saudou a decisão: “É uma consequência”. Contudo, acrescentou em entrevista à Sky News: “Não é tudo, em termos de medida de justiça”.
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