
A informação foi avançada à agência Lusa por Margarida Fontes, administradora para a área de canais da única televisão pública de Cabo Verde, que lança hoje a nova plataforma de produção e emissão de conteúdos, numa cerimónia que vai ser presidida pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.
Segundo a responsável, desde 2011 que a TCV entrou para o digital, mas o sistema já mostrava obsoleto, acarretando perigos, nomeadamente quedas na emissão.
Já a plataforma que vai começar a funcionar hoje, permite a interligação da produção e emissão de conteúdos desde a chegada do jornalista no 'ingest', passando pela redação, edição e envio para emissão.
"Portanto, é um projeto estruturante, mas também emergencial, porque a televisão já dependia desta plataforma. Nós não podíamos deixar de investir ou voltar atrás", salientou a administradora da Rádio Televisão Cabo-verdiana (RTC), empresa criada em 1997, após fusão da rádio e da televisão nacional.
"Portanto, em vez de nós termos polos desintegrados de produção de conteúdos, é um sistema digital que permite que o jornalista consiga produzir e o editor dar o seguimento do seu trabalho até à sua emissão", continuou a também jornalista.
A responsável avançou que se trata de um investimento de 110 milhões de escudos (997 mil euros), contraída pela RTC junto da banca, com aval do Estado.
Entre as valências da plataforma, está a ligação com as redações em outras ilhas do país, com a correspondente em Lisboa e com as plataformas digitais.
"É um equipamento que permite agilidade, modernidade", salientou Margarida Fontes, dizendo que a TCV está a responder a uma "grande exigência" dos telespetadores cabo-verdianos, que muitas vezes criticam a qualidade das imagens, sobretudo nos diretos.
A administradora lembrou que quando a TCV começou com o digital em 2011 ainda o país não tinha implementado a Televisão Digital Terrestre (TDT), o que aconteceu em 2017, tendo as televisões novas entrado diretamente para essa plataforma.
"Mas nós já tínhamos um investimento, com alguma discrepância, e nós tínhamos de fazer esse novo investimento para acompanhar a emissão em alta definição", disse, afirmando que a televisão pública cabo-verdiana está a apostar na qualidade e na proximidade das audiências.
"Quando se nota que esta é a maior preocupação das diferentes críticas, é importante dar uma atenção e acreditamos que a partir de agora haverá uma outra proximidade, um outro interesse, nomeadamente dos jovens, que dão muita importância às tecnologias, às qualidades, aos pixels", prosseguiu, entendendo que a empresa está também a motivar os seus profissionais "com equipamentos de ponta" e com condições para fazerem o seu trabalho com mais rapidez.
"Portanto, é um grande repto também a mais produção e é um desafio interno para todos nós, para que também, a partir desse grande momento, que consideramos um marco, possamos também ultrapassar uma fase e ter outras qualidades, outras criatividades. A ideia exatamente é nós empurrarmos algum novo momento para a TCV", completou Margarida Fontes.
Também pelo facto de terem mais agilidade, a administradora espera que os profissionais da televisão pública estejam dispostos a criar mais e novos conteúdos. "Isso é uma causa, consequência. E nós queremos acreditar que é assim que as coisas vão funcionar".
Com o "switch-off" do sistema analógico e entrada em full HD, a administradora traçou como próximo desafio dotar as delegações com câmaras para captação de imagem em alta definição para equiparar o padrão de qualidade com a sede na cidade da Praia.
RIPE // VM
Lusa/Fim
Comentários