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O assalto aconteceu em plena luz do dia: os ladrões estacionaram um camião junto ao museu, usaram um elevador de mudanças para aceder ao primeiro piso e arrombaram uma das salas mais ornamentadas da instituição. Em menos de sete minutos, fugiram em scooters com as joias — entre elas um colar de esmeraldas e diamantes oferecido por Napoleão I a Maria Luísa e um diadema com 212 pérolas e quase 2.000 diamantes que pertencia a Eugénie, esposa de Napoleão III — que ainda não foram recuperadas.

Laure Beccuau disse que os visados parecem ser “pessoas locais” da Seine-Saint-Denis, uma localidade a norte de Paris conhecido por ser uma das áreas mais pobres do país, e sublinhou que não se trata do tipo de delinquência associado "às camadas superiores do crime organizado".

Quatro pessoas já foram indiciadas no âmbito do caso — entre elas um casal com filhos, um homem de 37 anos e uma mulher de 38 anos — e outras detenções foram efetuadas. Dois dos arguidos adimitiram parcialmente a sua participação, enquanto a mulher e o parceiro negaram envolvimento, segundo Beccuau. Pelo menos um dos suspeitos permanece em liberdade.

Relatos da investigação indicam também erros amadores por parte dos ladrões: durante a fuga terão deixado cair a coroa mais preciosa — de Eugénie — e abandonado ferramentas e objetos no local que podem conter traços de ADN, o que reforça a hipótese de falta de profissionalismo do grupo. As autoridades estão a analisar mais de 150 amostras de ADN, impressões digitais e outros vestígios recolhidos na cena do crime.

As peças roubadas têm grande valor histórico e simbólico — para além do valor material — e a sua perda causou uma onda de choque e consternação em França. O roubo levou a ampla cobertura mediática e a críticas sobre falhas de segurança no museu, com apelos a uma revisão das medidas de proteção das coleções nacionais.

Sobre a possibilidade de recuperação das joias, a procuradora foi cautelosa: a investigação "está a explorar todas as hipóteses" no mercado paralelo, incluindo a possibilidade de lavagem de dinheiro ou de que as peças sejam negociadas fora do circuito oficial. A procuradora admitiu não poder revelar detalhes operacionais, por ser um processo em segredo de justiça.

As autoridades continuam a fazer detenções e buscas, e as investigações prosseguem para identificar eventuais outros cúmplices e localizar as joias desaparecidas. Enquanto isso, o caso permanece como um dos mais notórios assaltos ao património cultural recente em França.

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