Acompanhe toda a atualidade informativa em 24noticias.sapo.pt
Um artigo publicado pelo The Guardian vem mostrar o resultado de novas investigações que apontam para a presença generalizada de microplásticos no corpo humano e os potenciais impactos que essas partículas podem ter no organismo e na mente.
Estes fragmentos minúsculos de plástico — provenientes de embalagens, roupas sintéticas, tintas, cosméticos, pneus e outros produtos — têm sido detetados em órgãos como a placenta, os pulmões e o cérebro e também no sangue. Um estudo citado pelo jornal britânico estima que o cérebro humano possa conter até cinco gramas de plástico, o equivalente a uma colher de chá.
Investigadores da Universidade de Graz, na Áustria, observaram que os microplásticos podem interferir com as bactérias intestinais. O investigador Christian Pacher-Deutsch expôs amostras de microbiota intestinal de cinco voluntários saudáveis a cinco tipos comuns de microplásticos e verificou alterações nas populações bacterianas e nas substâncias químicas produzidas. Algumas dessas mudanças são semelhantes às associadas a doenças como a depressão e o cancro colorrectal.
Também a neurocientista norte-americana Jaime Ross, da Universidade de Rhode Island, tem estudado os efeitos dos microplásticos no cérebro de mamíferos. Num estudo publicado em 2023, ratos que ingeriram água com partículas plásticas apresentaram comportamentos alterados e níveis reduzidos de uma proteína ligada à saúde cerebral, a GFAP — um padrão semelhante ao observado em casos de depressão e demência.
Estudos recentes detetaram microplásticos em cérebros de doentes com demência e em placas arteriais de pessoas com doenças cardíacas. Os indivíduos com essas placas que continham plástico apresentavam quase cinco vezes mais probabilidades de sofrer um enfarte, AVC ou morrer no período de três anos.
Apesar das incertezas, muitos investigadores têm revisto hábitos pessoais para reduzir o contacto com o plástico. Entre as recomendações apresentadas estão: evitar aquecer alimentos em recipientes de plástico, substituir utensílios e copos por versões de vidro ou aço inoxidável, usar tábuas de corte de madeira, preferir chá solto em vez de saquetas e optar por tecidos naturais na roupa de cama e vestuário.
Embora não seja possível eliminar totalmente a exposição, os cientistas acreditam que pequenas mudanças podem ajudar a minimizar riscos.
__A sua newsletter de sempre, agora ainda mais útil
Com o lançamento da nova marca de informação 24notícias, estamos a mudar a plataforma de newsletters, aproveitando para reforçar a informação que os leitores mais valorizam: a que lhes é útil, ajuda a tomar decisões e a entender o mundo.
Assine a nova newsletter do 24notícias aqui.
Comentários