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O episódio insólito ocorreu no final do discurso que Marcelo Rebelo de Sousa proferiu na sessão de abertura da conferência comemorativa dos 50 anos do IDL, no Teatro Thalia, em Lisboa.

O chefe de Estado começou por destacar a luta do instituto “desde os primórdios” em defesa da liberdade em Portugal. Em seguida, dirigiu-se ao presidente do conselho diretivo, o antigo líder do CDS Manuel Monteiro: “Por isso, entregaria ao seu presidente [Manuel Monteiro] – não sei se quer associar mais alguém, aqueles que tiveram ao longo da história responsabilidades no instituto – as insígnias correspondentes ao título de membro honorário da Ordem da Liberdade”, declarou, citado pela agência Lusa.

Foi então que alguém da plateia informou Marcelo Rebelo de Sousa de que o ato não poderia ser concretizado naquele momento. Surpreso, ouviu-se o Presidente perguntar: “Não trouxe? Não tem consigo?”

Entre risos, Marcelo decidiu transformar o contratempo em piada: “É uma pequena lacuna de natureza burocrática que define que o país em muitas características não mudou muito em 50 anos. Fica reconhecido. Está assinado o alvará”, afirmou.

O chefe de Estado pediu depois aos atuais e antigos dirigentes do IDL que se desloquem em breve ao Palácio de Belém para a entrega oficial das insígnias.

Na sua intervenção, Marcelo lembrou ainda que foi colaborador do instituto e testemunhou o seu percurso ao longo de cinco décadas: “Como Presidente da República Portuguesa, [entendo] que os seus 50 anos deviam ser reconhecidos através da outorga de uma condecoração em nome de Portugal. E pensei que só havia uma que assentava bem: a Ordem da Liberdade. Porque a Ordem da Liberdade é concebida para todos os que lutaram no passado, lutam no presente e lutarão no futuro pela liberdade.”

E concluiu sublinhando o contributo do instituto para a democracia: “Portugal e a democracia portuguesa estão efetivamente muito gratos ao IDL – Instituto Amaro da Costa pelo contributo que deu ao nascer, ao sobreviver em difíceis circunstâncias e ao contribuir para a afirmação da liberdade e da democracia em Portugal”.

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