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Portugal vai receber o maior centro de ensaios de fibra ótica multi-núcleo à escala global. A partir de 2026, o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicação do Japão (NICT) vai realizar, em parceria com o Iscte, testes conjuntos no novo banco de ensaios que está a ser instalado na Linha Amarela do Metropolitano de Lisboa.

O NICT — a principal agência estatal japonesa na área das Tecnologias de Informação e Comunicação — será o primeiro grande parceiro internacional a integrar o projeto português, que coloca o país na vanguarda da investigação em telecomunicações óticas.

A infraestrutura, coordenada pelo Iscte, permitirá testar em condições reais uma nova geração de fibras óticas com quatro e sete núcleos, desenvolvidas pelo grupo alemão Heraeus Covantics, líder mundial na produção de materiais de quartzo para fibra ótica.

Segundo o vice-reitor do Iscte para a Investigação, Jorge Costa, o projeto transformará Portugal “num centro mundial de telecomunicações óticas”, atraindo investimento e talento qualificado. A instalação, avaliada em 2,3 milhões de euros, conta com financiamento europeu, da Fundação Gulbenkian e de verbas próprias do instituto.

O cabo instalado na Linha Amarela do Metro de Lisboa terá 74 fibras multi-núcleo, equivalentes a 728 quilómetros de extensão, superando em larga escala qualquer outro banco de ensaios semelhante no mundo.

Os testes, coordenados pelo investigador Adolfo Cartaxo, permitirão avaliar o desempenho das novas fibras em ambiente real — sujeito a vibrações, humidade e variações de temperatura — simulando as condições em que as redes de comunicação operam diariamente.

Além do NICT e do Heraeus Covantics, o projeto envolve ainda o Metropolitano de Lisboa, a Telcabo e o grupo italiano Tratos Cavi. A presidente em exercício do Metro, Maria Helena Campos, sublinha que a parceria “representa uma oportunidade rara de testar tecnologia em ambiente urbano com escala”, reforçando a aposta da empresa em inovação e sustentabilidade.

Com o tráfego global de dados em crescimento exponencial, os investigadores acreditam que as fibras multi-núcleo podem ser a resposta aos limites físicos das infraestruturas atuais. A nova tecnologia poderá multiplicar a capacidade de transmissão de dados sem exigir mais espaço físico, tornando-se essencial para o futuro da inteligência artificial e da economia digital.

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